O que me inspirou a escrever foram as luzes que vejo ali de fora. Esqueci como é bonito e gostoso olhar ali para a serra que parece não existir por conta da noite. Esqueci o quanto é bom você não ter no que ou em quem pensar. Estes são alguns detalhes que às vezes a gente deixa passar por não ser nossa prioridade diante das obrigações da vida adulta.
Para não mentir, neste exato momento estou pensando em alguém e ouvindo Cold Play. Não sei qual o título da música. Nunca sei ao certo os nomes das músicas que ouço e sempre reconheço uma banda pelas canções através do som da bateria, ou pelas distorções peculiares da guitarra ou, em último caso, o baixo marcante. Claro, tem umas vozes que são inesquecíveis e muito admiráveis.
Voltei a olhar ali para fora, mas meu novo ponto de visão só me dá a possibilidade de enxergar o poste de luz e sua lâmpada de mercúrio ligada iluminando as cinco linhas de fios elétricos, o segundo andar de um sobrado gigante com uma janela acesa e algo mais escuro ao fundo que eu suponho ser a silhueta de parte da Serra da Mantiqueira. Bem bonito.
Estou com a Àgatha Christie ao meu lado. Vou lê-la e, quem sabe, dormir.
(Uma pausa)
São dez da manhã e eu estou ainda acordada e, homeopaticamente, deitando junto da minha mãe.
Um comentário:
Você, lendo meus livrinhos da Aghata Christie!!
Sinto muitos toques da mamis nos seus posts, irbã!
Te amo!
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