Há 2 anos, eu estava cursando meu último ano do Ensino Médio. Lembro que nesta época estávamos com um projeto bacana sobre os 60 anos da Segunda Guerra Mundial. A correria era boa, mesmo porque o assunto me interessava, a História num contexto geral me interessa. Fiquei incumbida de apresentar a maquete de Auschwitz e falar para a escola e visitantes sobre a mesma, tudo isso com o símbolo da Suástica no braço direito.
Na verdade, eu tenho que admitir que no decorrer do projeto eu passei a maior parte do tempo estudando sobre o assunto, consequentemente acabei não ajudando muito na parte visual. Para me redimir, resolvi dar algumas gotas do meu sangue. Queria inovar o projeto. Então pensei em levar até a escola alguém que já tivesse participado da tal Guerra, mas quem? Enfim uma luz se acendeu! Minha mãe em uma de suas conversas cotidianas recebeu a notícia de que havia um senhor que possuía um escritório próximo à minha casa. Ele havia participado da Segunda Guerra e poderia me ajudar.
Agendei um dia, um horário e fomos lá falar com aquele senhor. A recepcionista nos recebeu com um sorriso de orelha a orelha, talvez fosse algo falso, mesmo porque, onde ela sentava batia um sol do caramba! Mas isso não vem ao caso agora. O que importa é que aquela mulher sorridente - Magda o nome dela, lembrei - nos levou até o fundo do corredor onde se situava a sala de Túlio Carvalho Campello de Souza.
Atrás de uma mesa gigantesca cheia de papéis e documentos importantes, além de seu Túlio, havia uma estante enorme cheia de livros e alguns acessórios, como bibelôs, porta-retrato e diversos outros "porta-não-sei-o-quês". Um lugar um tanto aconchegante, iluminado. Vale lembrar que na parede também havia diversos quadros com fotos antigas, dele mesmo, a maioria antiga.
Eu comecei falando sobre nosso projeto, todo o contexto, o que já estava em andamento e o que ainda faltava. Ele me explicou em detalhes sua participação no Holocausto e eu fiquei perplexa. Afinal de contas, as 500 páginas de um livro de História são insuficientes quando o que se quer é detalhes.
Seu Túlio havia me dado uns documentos interessantes sobre aquela Guerra, coisas que ninguém tem interesse em saber como: os nomes dos aviões dos presidentes. Alguns dias depois, em nosso segundo encontro, minha mãe e eu levamos um presente a ele, eu tirei uma foto e o convidei para dar uma palestra lá na escola. Ele aceito.
A palestra foi um espetáculo, o agradeci, todos ficaram muito felizes, inclusive ele. Achei que aquilo era algo inovador e fiquei lisonjeada pelo sucesso.
O tempo se passou, e eu fiquei de dar a ele a foto da qual eu havia tirado. Desta maneira, hoje, eu fui visitá-lo em sua residência - óbvio, com a foto e uma pequena dedicatória no verso - e conversamos sobre o dia da palestra, sobre História, Geopolítica e ele me contou coisas engraçadas e um tanto tristes de sua participação naquele trágico massacre.
Descobri que o Google não é tão eficiente. Bem, foi um dia diferente, legal, divertido, uma excelente nostalgia.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário