quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ouvido de tuberculosa

Hoje fui ao otorrinolaringologista (caramba!).


Desde os 12 anos meu ouvido direito é meio ruim. Eu era aquela menina que distorcia o telefone-sem-fio e que sempre perguntava "hã?!" só para garantir que eu realmente entendi sua pergunta.

Hoje fui ao consultório do Dr. Conga - seu toque de celular é um mambo (???) - ele me perguntou o motivo da graciosa visita, ele me olhou e me levou até aquela cadeira azul super confortável. Examinou minhas entranhas auditivas e me disse que havia um pouco de cera: basicamente um quilo e meio.

Bem, apesar do momento desagradável e um tanto dolorido no lado direito, eu descobri que toda aquela cera estava abafando detalhes de uma audição perfeita. SÉRIO! Não sabia quanto ecoado era um consultório médico e descobri quão alta é a minha voz. A sensação de ouvir bem é desconfortavelmente prazerosa.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O dia que eu engravidei

Toda mãe tem um poder de persuasão tão forte, parecendo até que todas as afirmações ou perguntas retóricas que elas nos fazem são legitimamente verdades. Sim! Igual ontem. Eu estava tomando banho e o chuveiro de casa estava horrível. Meu pote inteiro de creme tinha caído no banheiro (R$25 jogado pelo ralo junto com a água suja) e o banheiro estava fedendo a fumaça, chuveiro queimado, creme horrível, madeira molhada de vapor, azulejo pingado e um leve toque de Seda Co-criações para cabelos lisos. De repente batem à porta. É minha mãe. Nessa hora eu estava limpando a sujeira que eu fiz no box. Eu abri a porta e ela diz "Que cheiro de cigarro aqui, credo! Você está fumando no banheiro? Você sabe que esta bronquite é por causa do cigarro, né?!" E eu disse que não. NO ENTANTO, o sentimento de culpa que as mães conseguem colocar nos hemisférios cerebrais dos filhos é tão forte que eu esqueci que o creme tinha caído e eu só pensava na possibilidade de haver mesmo uma forma daquele cheiro ter chegado ali. Talvez fosse minha calça???

Mas por que eu contei isto?

Com 13 anos, estava começando a "ficar mocinha", "receber visita", "nadar no mar vermelho", "ficar de chico", "estar naqueles dias" enfim... Whatever! Menstruar mesmo, entende? E na segunda vez que iria "descer pra mim", não desceu. Simples assim. Não veio. Não chegou. Nada. Nada. NAA-DAA! E eu pensei: 'Vou falar com a minha mãe'. PIOR COISA QUE EU PUDE FAZER! Ela olhou bem pra minha cara e só perguntou o seguinte: 'Você não fez nada com nenhum menino não, né?'

Siiiiiim! Aquele sentimento de culpa ficou estampado na minha testa enquanto eu me lembrava de um caso RARÍSSIMO que minha mãe me contou certamente para me assustar sobre a prima dela que ficou com um cara e só de abraçar engravidou. Imagina! Em 2001 as meninas de 13 anos eram bestas, pelo menos eu era. E enquanto a filha do Homem do Baú que agora não é mais estava sendo sequestrada em São Paulo, lá estava eu estagnada em Pindamonhangaba sem brincar, porque as brincadeiras que eu mais gostava poderia fazer mal para o bebê. O mais engraçado de tudo isso, é que sempre que a gente tá com um problema, este problema brota do asfalto. O tanto que eu vi de meninada grávida na rua era demais. E justo naquela semana passou uma reportagem no Globo Repórter "Gravidez na Adolescência". Cool! Aí sim, até a Globo estava afim de ajudar a me animar com dicas maravilhosas de como criar seus filhos com 13 anos de idade. Obrigada!

Eu assisti. Não como entretenimento, mas como aprendizado. Quem sabe? Comecei a ler sobre gravidez. Quais eram os sintomas, com quantos meses aparece a barriga, como fazer para dar de mamar, quais os tipos de parto... Claro! Nada mais sensato para uma menina paranoica que começava a enjoar com o cheiro do achocolatado em pó e achava que o intestino mexendo por causa da digestão era um zigotinho fruto de uma reprodução assexuada.

Um belo dia, três semanas havia se passado e meu sentimento de agonia e frustração começou a se tornar amorzinho materno. E enquanto eu estava jogando Ski (aquele jogo que ninguém ganha do lobo que aparece no final) eu senti algo e corri para o banheiro. DESCEEEEEU! Eu gritei para avisar a minha mãe toda feliz e ela sorriu de uma forma bem adorável e me disse exatamente assim...

'Cal, eu não falei nada antes, mas isso é normal acontecer nas primeiras vezes. Tem uma prima minha que menstruou uma vez e só foi menstruar de novo depois de vários meses, acredita?'

Ah, claro! Certamente foi aquela mesma prima que engravidou por abraçar o rapazinho lá. Já até sei o por que de não ter vindo mais a menstruação dela por uns meses...

sábado, 18 de junho de 2011

Koyaanisqatsi


Na língua Hopi, Koyaanisqatsi significa: "vida maluca, vida em turbilhão, vida fora de equilíbrio, vida se desintegrando, um estado de vida que pede uma outra maneira de se viver".

Ontem dois amigos vieram em casa para assistirmos a alguns filmes. Eram quatro, mas assistimos apenas dois. As alternativas eram Taking Woodstock (lisérgico), Muita Calma Nessa Hora (aquele que tem o Adnet), Koyaanisqatsi (cabeção) e aquele de animação bonitinho, mas que eu não me recordo o nome. Enfim, assistimos Taking Woodstock, ÓBVIO! E para abaixar o ar nostálgico e irreverente do filme anterior fomos para o Koyaanisqatisi. Sim, o cabeção.

E é deste último que eu quero comentar. Imagina um filme sem fala ou narração de quase uma hora e meia que faz todo espectador se calar e se compenetrar a tal ponto que ele entra em sintonia com o enredo. Imaginou? Que bom, porque eu jamais conseguiria imaginar este fato sem antes ter esta experiência.

A direção de Godfrey Reggio e a trilha de Philip Glass trazem uma ar sinestésico ao filme. Sim! Se você não desprende os olhos da tv, em um dado momento você se sente parte do filme e a sinestesia acontece quando você começa a ver a música e sentir a imagem. É perfeito! Além da reflexão que cada indivíduo tem sobre as sequências. Reggio soube apresentar uma perspectiva da mecânica do cotidiano e a influência da tecnologia na sociedade através de detalhes relevantes e que estão ao nosso redor, mas nós deixamos passar batido pelo vício do dia-a-dia.

E neste filme vocês descobre que apesar de amigos e familiares e pessoas das quais nos socializamos tenham uma sintonia psicológica, que influenciam ou sejam influenciadas por nós, realmente não dá para saber o que se passa na cabeça de cada um. Sim! Ontem, naquele confortável e acomodado sofá de uma sala escura e uma fonte que brilhava colorido ao lado de fora, estavam três pessoas enxergando as mesmas imagens e ouvindo as mesmas músicas, mas que ao final o Koyaanisqatsi gerou àqueles seres perspectivas diferentes. Surreal!

É possível assistir pela internet, abaixo segue o filme, mas eu recomendo que assistam ao documentário em DVD com uma tv grande e uma sala escura.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A reunião...

Ontem, às 21h, eu e um colega criamos a hashtag no Twitter #apresentacarol, em prol da minha apresentação do TCC. Para ver que as redes sociais realmente funcionam, tal influência chegou à comunicação da Faculdade, tamanha influência. E seguiu desta forma:

Eram 15h...

"Cal, a Faculdade ligou em casa?"
"Não, por que?"
"Porque me ligaram para uma reunião e você precisa ir junto."
"Ah, e que horas vai ser?"
"Às seis horas, então quando eu chegar em casa você já sai."
"Tcherto!"

Na reunião estava a coordenadora, a diretora, o orientador do TCC, o meu pai (que por sinal dá aula na Faculdade), eu, a moça da secretaria e o Steve Jobs de bolso.

Voltei a falar da minha situação e expliquei o porque de ter gerado o movimento #apresentacarol no Twitter e Facebook. Eles esclareceram tais fatos e eu não fiquei feliz, mas me conformei, porque realmente a falta de responsabilidade foi da minha parte perante a banca de não ter aparecido no dia da apresentação. Poderia ter apresentado sem slide? Opa! Mas minha insegurança falou mais alto, desculpe.

Durante a conversa, ouvi dizer que o nome da diretora havia aparecido no post juntamente com a afirmação de que ela havia dito que eu poderia sim apresentar meu TCC. Não lembrava de ter escrito tal nome no decorrer do post, mesmo porque, quando o assunto é negativo não acho ético falar nomes de pessoas físicas, mas pedi desculpas assim mesmo pela minha difamação. Mas também peço minhas desculpas à Faculdade, da qual de hoje em diante não citarei mais Tal nome. Combinados?

Fico um pouco triste com isto, porque gosto muito da diretora e a tenho como uma amiga, desde os tempos de primeiro ano, mas chega de coisas trágicas, porque eu gostaria de parabenizar a minha faculdade pelo novo setor de pesquisas em redes sociais. Trabalho com isso e percebi que a equipe também é bem competente. That's great!

TCC, Faculdade e Movimento #apresentacarol

Segunda-feira foi minha pré-banca do TCC. Pelo menos era para ser, mas meu computador deu pau e quando fui colocar o bendito PPT do pen-drive... PLUFT! Simplesmente travou tudo, o computador não desligava da maneira correta, eu não conseguia mais clicar em nada, minha apresentação de repente sumiu do mundo cibernético da placa mãe e nem vestígios daquela porcaria em meu pendrive, ou seja, FODEU!

Minha apresentação seria dia 13 de junho às 21h30. Eram 20h e nada do pc funcionar. Meu sangue subiu para a cabeça e a minha calmaria e voz suavemente nervosa baixou e comecei a ligar para Deus e o mundo para conseguir falar com uma alma que pudesse me ajudar. Enfim, não consegui nada além de receber um breve sermão do meu orientador. Tudo bem, eu ainda estava em minha calmaria assassina. A mesma calmaria da TPM, que por dentro estou matando você a cada palavra que você diz, mas não falo nada, só observo...

No dia seguinte, não consegui falar com a adorável coordenadora, mas falei com a diretora que me disse que haveria a possibilidade de eu apresentar o TCC em um outro dia. Eu fiquei feliz. Hoje fui falar com a coordenadora e ela me respondeu na lata "sem chance". Eu fiquei nervosa. Não fiquei nervosa com a resposta (claro, isso também ajudou), mas fiquei nervosa e com o fato de a faculdade não possuir uma mecânica padrão.

Hey! O aluno que não apresentou um trabalho pode apresentar em um outro dia? Se é injusto com outros alunos, eu entendo, mas diga exatamente isso.

Enfim, hoje eu agradeço imensamente aos meus colegas, por divulgarem o movimento #apresentacarol no Twitter. Gostaria que muitos de vocês participassem, porque a opinião pública é conta também. Justo!

E pra quem perdeu (todo mundo), abaixo segue minha monografia que ainda vou aprimorá-la. Quem sabe Carolina Cruz não esteja no próximo SMBR... (momento pretensão)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dia dos namorados



Parafraseando o Tumaki, seu eu não passo o Dia do Índio com um índio ou o Dia de Tiradentes com o Tiradentes, não tem porque eu passar o Dia dos Namorados com um namorado. Certo? Tcherto!

Embora eu ache uma fofurinha ter um namorado e passar o dia com ele para fazer coisas bestas como assistir a um filme, ir ao cinema, tomar café da manhã numa padaria legal, almoçar naquele restaurante super cult, jantar num bistrô, passear no parque, ir à biblioteca, ler um livro em casa junto (cada um com um livro, por favor), discutir sobre o livro, comer cachorro quente, deitar no quintal pra ver estrelas, tomar chá, ou simplesmente dar uma volta no quarteirão e perceber que você tá na merda porque tem casais muito mais legais que você, eu acho que isso ainda não é pra mim. A maldita questão do "compromisso" me deixa meio atordoada e eu penso "poutz! Tenho que ligar para avisar que vou fazer tal coisa". Não gosto. Não gosto, não gosto e não gosto.

O meu dia dos namorados foi trash, mas foi muito gostosinho. Foi a la 1960. Fomos eu, a Jaquetosa e o Tumaki a uma quermesse festinha que estava tendo de uma instituição aqui em Pinda. A parte fofa: comemos sushi (e o Tu pastel). A parte trash: terminamos a noite em um bingo sem ganhar um prêmio de consolação. Tudo bem, o que me consola é que a noite foi uma delícia e eu pude ficar ao lado de pessoas das quais não tenho o compromisso de ligar para dar boa noite antes de dormir.