"Hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom dia, de beijar o português da padaria."
Tenho ouvido Zeca Baleiro, um gosto que tenho herdado de uma amiga. Até que é bem legal.
Esses dias, cá estava eu chutando pedrinhas na rua quando de repente aparece um carro com duas loucas desvairadas. Entrei naquele veículo, mesmo porque, depois de gritos de entusiasmo, eu não pude resistir. Óbvio que eu as conhecia.
Foi bem interessante as três juntas como quando éramos menores e falávamos bobagens e sobre coisas que ninguém deve saber, sem contar o fato de falarmos mal de tudo e de todos, até de nós mesmas.
Sentamos alí naquele banquinho de madeira marrom da pracinha que ninguém vai, abrimos as janelas do carro, e passamos a noite ouvindo Zeca e calando-o com alguns toques de Chico.
Estávamos sem muito o que fazer, sem dinheiro, enfim... sem quase nada. Então começamos a viajar em pensamentos absurdos, a refletir sobre a teoria de Freud sobre os "Três Filhos", ficamos tontas sem um motivo específico, falamos sobre nossos desejos e sobre os males da sociedade. Sim, gostamos de discutir política, religião, filosofia e brigar quando não concordamos que ela está errada quanto àquela data histórica. Quer algo mais proveitoso do que a própria banalidade?!
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