segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Querido namorado

Aonde quer que você esteja, saiba que eu gosto muito de você. Embora eu suma de repente e nem dê sinal de vida, saiba que eu gosto de você o bastante para fazer um sacrifício por gostar mais do sentimento de saudade do que de você, talvez. Apesar de eu me acanhar durante os beijos que me dá em público, eu gosto daquela insistência gostosa que muitas vezes não resisto. Por mais que acabe não cedendo, quero que saiba que quando eu fecho meus olhos eu sempre acho que meus sentidos ficam mais apurados e tenho a sensação de estar retribuindo algo. Quando estou apenas guardando tudo pra mim. Nessa hora eu desvio meu olhar e faço uma cara de boba, disfarçando o que eu quero mesmo dizer. Eu acho que todos têm o poder de penetrar em minha mente e arrancar aquela palavrinha que falta naquela frase que pensei. Não é assim, eu sei. Eu insisto na sorte.

Não sei onde você está, mas aonde quer que esteja, não precisa ligar a todo momento para avisar onde está e com quem está. Não gosto de interferir naquela questão de que sua mãe provavelmente tenha lhe criado para o mundo. Embora as mães nos queiram embaixo das asas delas para sempre, elas sabem que uma hora a gente voa. E você não é meu. Então abrace seus amigos e suas amigas que, assim como eu, eles também gostam e querem seu afeto. Adoro observar os detalhes da felicidade alheia quando todos estão reunidos com os seus. Aquelas brincadeiras que parecem ser bobas, aquela falta de pudor e aquela intimidade que "atrapalha", mas que nos faz ser livre. Seja livre. E me dê notícias. Não quero saber onde esteve, mas quero saber como foi. Compartilhe.

Querido namorado, eu amo presentes. Me dê quantos você quiser. Guardarei, usarei, apreciarei o odor. Não sei o que tem ali naquela caixinha, mas sei que é para mim, porque o embrulho é da peculiar cor que só eu gosto. Mas quer saber um segredo? Eu gosto da sua essência. Eu amo roupas com laços, CD's daquela banda de nome estranho e perfuminhos com embalagens fofas de cheiro maravilhoso que têm data de validade preestabelecida. No entanto, nada é mais gostoso do que receber parte do dom de alguém. Existem namorados que são músicos, que são artistas plásticos, que escrevem colunas para jornal, que são engenheiros mecânicos ou que fazem artesanatos. Aonde quer que você esteja, se se lembrou de mim, não compre nada. Faça algo que lembre a minha pessoa. Uma carta, uma música, uma pecinha de ferro boba. Acredite. Eu guardo tralhas alheias para me sentir mais próxima. Se um dia der falta de algo, saiba que eu só quero estar perto. Lembre-se que sou viciada no martírio da saudade e não conseguiria suprir este desejo de sumir se não tivesse algo material para me sentir em paz aonde quer que você esteja.

Um comentário:

Natali Rangel disse...

ouhhh que sensível!!! inspirador!! gostei muito do seu texto! a saudade é um temperinho bom d+! kkkk amei! bjs