Eu comecei cedo a ajudar minha mãe com a casa e adorava lavar a louça. Uma vez criei um elo tão forte com a pia lá de casa que disse, determinada, para minha mãe: "Quando eu crescer eu quero ser empregada doméstica!" E minha mãe olhou bem para a minha cara: "Por quê?" "Porque eu quero lavar louça para as pessoas".
Os anos foram se passando e numa fase da minha vida, meu sonho era usar gesso, andar de muletas, andar de cadeira de rodas, usar óculos, tomar soro e botar aparelho nos dentes. Só não realizei o de botar aparelho... E embora eu tenha entrado em êxtase por andar de cadeiras de rodas, eu considero um sonho realizado, mesmo que tenha sido por míseros trinta minutos.(espero não precisar eternamente)
No Ensino Fundamental, em minha primeira aula de ciências da 5ª série, estudei sobre os nove planetas, na época em que o Plutão ainda era considerado um planeta, (mal sabia ele que seria excluído pelo seu tamanho, coitado!) e de tanto fascínio meu sonho era ser professora de Ciências. Dois anos depois a mesma professora que me abriu portas para meu MAIOR SONHO, as fechou quando se revelou carrasca com Matemática. Tudo bem, esses dias eu encontrei com ela na cidade e ela demorou horas, mas me reconheceu e me chamou pelo nome. Diziam que ela era louca!
Outra coisa também que me veio à memória foi um projeto arquitetônico que tivemos de fazer para a escola. Primeiramente os professores nos pediram para fazer a planta da escola. Eles nos deram a planta pequena com as medidas e nos pediram para ampliá-la e fazer num imenso papel quadriculado. Fizemos. Na semana seguinte vieram com a BOMBA! "Agora desta planta vocês farão, em grupo, a maquete da escola". Para muitos a bomba era fazer a maquete, para mim a bomba foi a entonação da qual a professora havia dado no aposto "em grupo". Sim, quando pequena eu era muito egoísta e odiava trabalhos em grupo, pelo meu perfeccionismo eu sempre achava que as pessoas atrapalhavam minha concentração e meu trabalho jamais fluiría de maneira alguma. Mas voltando... Mudei meus planos e comecei a voltar meus olhos para Arquitetura. E além da planta de escola fiz plantas das minhas futuras casas. Ficavam boas.
Qualquer coisa que acontecia em minha vida e eu achava extraordinário eu me dedicava ao máximo para poder, um dia, obter lucros com tal coisa.
E para finalizar, não posso deixarde ressaltar sobre a empresa que eu minha irmã montamos quando eramos crianças, comércio de barquinhos de papel. Ficávamos todas as noites na frente de casa com um monte de barquinhos de papel em cima do muro para vender. Vendíamos todos por R$0,30. Uma vez uma mulher, que parecia já ter fumado todas, passou lá na frente, olhou para nossa cara e perguntou o que estávamos fazendo, dissemos que estávamos vendendo barquinhos de papel. E não é que a doida comprou? E ainda tínhamos que voltar R$0,20, porque ela tinha nos pagado com uma moeda de cinquenta centavos. A empresa durou uma semana, até que um dia nosso pai nos falou: "Por que vocês não fazem uma coisa? Vão vender seus barquinhos no sábado de manhã". E foi isso que fizemos, vendíamos barquinhos toda manhã aos sábados. O mais interessante é que conseguíamos vender todos, afinal de contas, passamos a VENDER barquinhos de papel GRÁTIS!
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